APÓS A CONVERSÃO É POSSÍVEL UM CRISTÃO PERDER A SALVAÇÃO?
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APÓS A CONVERSÃO É POSSÍVEL UM CRISTÃO PERDER A SALVAÇÃO?
“Após a conversão é possível um cristão perder a salvação?”
Considerações iniciais
Esta é uma discussão já muito antiga. Pode-se dizer que tem gerado uma grande divisão no seio da Igreja a controvérsia soteriológica concernente à perda da salvação.
Por um lado os arminianos (discípulos das doutrinas de Jacó Arminius – 1560 a 1609 - grupo que defende a cooperação do homem no processo da salvação quando exerce seu livre-arbítrio) defendem que o homem efetivamente pode perder a sua salvação; por outro lado, os calvinistas (discípulos das doutrinas chamadas “calvinistas” esposadas por Calvino, que defendem que o homem, no sentido soteriológico, não tem livre-arbítrio), pois uma vez o homem eleito ou predestinado sua salvação está garantida.As discussões acerca desse assunto não são pequenas, e às vezes os debates são inflamados. Um arminiano diz: “Se alguém não se santifica perde a salvação.”. Ou como diria um grande calvinista: “Se você não se santifica coloca em dúvida a sua eleição”. Na verdade, no final as duas teses se afunilam. A diferença é que, para o arminiano é possível um crente perder a salvação, e para o calvinista, se o crente desviar-se, ele com certeza nunca foi salvo.A questão também pode ser semântica. Por exemplo: O salvo não pode perder a salvação, pois então deixaria de ser salvo. O crente se demonstra uma vida ímpia, será que foi salvo alguma vez?
Como entendem os calvinistas
Para o grupo de irmãos reformados (oriundos da igreja cristã reformada, presbiterianos etc), que aceitam o calvinismo que entendem que o homem, ainda que responsável, depois da queda não tem livre-arbítrio, e que Deus na sua soberania elege (doutrina da eleição incondicional), predestina (doutrina da predestinação incondicional) os que Ele quer; não admitem de forma alguma que uma pessoa que foi predestinada por Deus, que foi eleita por Deus, possa perder a salvação, antes, entendem que Deus ao eleger alguns homens para a santidade (aliás, a santidade é condição SINE QUA NON como resultado da eleição - Romanos 12.1,2) e para a vida, não o faz baseado nos méritos que essas pessoas possam apresentar (Efésios 2.8,9 quantos defendem a salvação pela santificação, mas na verdade, santificamos por que somos salvos, por que somos eleitos e isso é natural, nós não somos salvos porque santificamos), mas em Seu amor e misericórdia, na expressão de Sua livre e soberana vontade. Para os calvinistas a fé e o arrependimento não são condição, mas resultado da eleição, o meio que Deus escolhe para aplicar a salvação aos eleitos. Segundo os calvinistas Deus não elege porque antevê arrependimento e fé; Ele produz arrependimento e fé porque elegeu. Segundo eles a graça é irresistível, não é o homem que se convence do pecado ele é convencido.
“Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:” Jo 16.8 – observe o contexto
O calvinista afirma também que, embora a redenção dependa exclusivamente da vontade livre e soberana de Deus, Ele a opera de tal modo que a vontade do homem não é violada. Ou seja, as criaturas morais envolvidas continuam livres nas suas decisões, e, por conseguinte, responsáveis pelos seus atos. Deus age através de meios...O calvinista não crê que o homem é convertido a força, contrário à sua vontade; mas que a vontade do homem, naturalmente inabilitada, é vivificada e persuadida pela ação do Espírito Santo de Deus. O calvinista admite que “grande é este mistério”, incompreensível à mente humana limitada; mas afirma que esta é a revelação bíblica, portanto, crê nela.[1] Alguns dizem que a predestinação ou eleição incondicional não coaduna com a justiça e a misericórdia de Deus. Diante dessa argumentação apresenta-se o texto:
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.” Romanos 9.14,15
Com relação a texto acima citado a Bíblia Vida Nova comenta da seguinte forma:
“Estas palavras citadas em Êx 33.19 têm a força de declarar que a compaixão e a misericórdia de Deus não estão sujeitas a qualquer causa fora de sua livre graça e vontade.”
Poderíamos de alguma forma julgar Deus injusto por ter escolhido Abrão e Israel e não outro povo? Ou mesmo por ter escolhido Saulo mesmo sendo um perseguidor da fé (Atos 9.15)?
Ler, meditar e comentar: Romanos 9.19-25
Vejamos alguns textos e argumentações para dizer que uma pessoa que foi eleita não perde a salvação. “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.” Atos 13.48
Nesse texto vemos claramente vemos o particípio perfeito passivo plural (destinados = do grego tetagme/noi), onde a forma perfeita passiva mostra que não haveria possibilidade da ação dos gentios na forma ativa. O perfeito é o acabado, o perfectum. Portanto, aqueles que estavam destinados foram salvos, somente eles. Essa destinação seria obra do acaso ou a ação soberana de Deus? Se for a ação soberana de Deus, para os calvinistas é lógico crer que Deus predestina, e os predestinados não perdem a salvação.
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,” 2 Tessalonicenses 2.13 “...Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade,” 2 Timóteo 2.25 “...Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida.” Atos 11.18 Ver também Atos 5.31
Nesses textos os calvinistas observam que Deus é quem produz o arrependimento, portanto, os arrependidos são eleitos e Deus não erra, sendo assim, os eleitos não podem perder a salvação, antes irão santificar-se como fruto de sua eleição. Observe-se que eleição na Bíblia não tem o mesmo sentido secular e temporal, sua conotação é espiritual e eterna.
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Predestinação não significa outra coisa senão “decidir de antemão”. Portanto, entendem os calvinistas que aquele que Deus predestinou de forma nenhuma perderá a salvação.
Como entendem os arminianos
Para o grupo dos irmãos que entendem se possível perder a salvação, cita-se diversos textos. Vejamos:
Procuram provar que a expiação é universal com os seguintes textos: João 3.16; Hb 2.9 (aliá, nesse texto, o original grego não apresenta a palavra “homem” do grego a)/nqrwpoj, terminando simplesmente com a palavra “todo” o que é bastante genérico), 2 Pe 3.9 etc, é muito importante observar o contexto de cada um desses textos e observar qual o significado real dos termos genéricos.
O uso do condicionais – Ap 2.11, 25; 3.11 etc.
Outros textos – Jo 15.6; Cl 1.23; 1 Co 15.2; Hb 2.3; 3.14; 10.38; 1 Jo 1.7; 1 Co 10.12; Hb 13.12, Tg 5.19,20. É bom observar todos os contextos.
Conclusão: A exposição que melhor se enquadra no contexto bíblico.
Roberto Carlos Cruvinel
Pastor
Assembléia de Deus – Ministério Pleroma – Diadema – SP
Escola Teológica Pr. Virgílio dos Santos Rodrigues
Considerações iniciais
Esta é uma discussão já muito antiga. Pode-se dizer que tem gerado uma grande divisão no seio da Igreja a controvérsia soteriológica concernente à perda da salvação.
Por um lado os arminianos (discípulos das doutrinas de Jacó Arminius – 1560 a 1609 - grupo que defende a cooperação do homem no processo da salvação quando exerce seu livre-arbítrio) defendem que o homem efetivamente pode perder a sua salvação; por outro lado, os calvinistas (discípulos das doutrinas chamadas “calvinistas” esposadas por Calvino, que defendem que o homem, no sentido soteriológico, não tem livre-arbítrio), pois uma vez o homem eleito ou predestinado sua salvação está garantida.As discussões acerca desse assunto não são pequenas, e às vezes os debates são inflamados. Um arminiano diz: “Se alguém não se santifica perde a salvação.”. Ou como diria um grande calvinista: “Se você não se santifica coloca em dúvida a sua eleição”. Na verdade, no final as duas teses se afunilam. A diferença é que, para o arminiano é possível um crente perder a salvação, e para o calvinista, se o crente desviar-se, ele com certeza nunca foi salvo.A questão também pode ser semântica. Por exemplo: O salvo não pode perder a salvação, pois então deixaria de ser salvo. O crente se demonstra uma vida ímpia, será que foi salvo alguma vez?
Como entendem os calvinistas
Para o grupo de irmãos reformados (oriundos da igreja cristã reformada, presbiterianos etc), que aceitam o calvinismo que entendem que o homem, ainda que responsável, depois da queda não tem livre-arbítrio, e que Deus na sua soberania elege (doutrina da eleição incondicional), predestina (doutrina da predestinação incondicional) os que Ele quer; não admitem de forma alguma que uma pessoa que foi predestinada por Deus, que foi eleita por Deus, possa perder a salvação, antes, entendem que Deus ao eleger alguns homens para a santidade (aliás, a santidade é condição SINE QUA NON como resultado da eleição - Romanos 12.1,2) e para a vida, não o faz baseado nos méritos que essas pessoas possam apresentar (Efésios 2.8,9 quantos defendem a salvação pela santificação, mas na verdade, santificamos por que somos salvos, por que somos eleitos e isso é natural, nós não somos salvos porque santificamos), mas em Seu amor e misericórdia, na expressão de Sua livre e soberana vontade. Para os calvinistas a fé e o arrependimento não são condição, mas resultado da eleição, o meio que Deus escolhe para aplicar a salvação aos eleitos. Segundo os calvinistas Deus não elege porque antevê arrependimento e fé; Ele produz arrependimento e fé porque elegeu. Segundo eles a graça é irresistível, não é o homem que se convence do pecado ele é convencido.
“Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:” Jo 16.8 – observe o contexto
O calvinista afirma também que, embora a redenção dependa exclusivamente da vontade livre e soberana de Deus, Ele a opera de tal modo que a vontade do homem não é violada. Ou seja, as criaturas morais envolvidas continuam livres nas suas decisões, e, por conseguinte, responsáveis pelos seus atos. Deus age através de meios...O calvinista não crê que o homem é convertido a força, contrário à sua vontade; mas que a vontade do homem, naturalmente inabilitada, é vivificada e persuadida pela ação do Espírito Santo de Deus. O calvinista admite que “grande é este mistério”, incompreensível à mente humana limitada; mas afirma que esta é a revelação bíblica, portanto, crê nela.[1] Alguns dizem que a predestinação ou eleição incondicional não coaduna com a justiça e a misericórdia de Deus. Diante dessa argumentação apresenta-se o texto:
“Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.” Romanos 9.14,15
Com relação a texto acima citado a Bíblia Vida Nova comenta da seguinte forma:
“Estas palavras citadas em Êx 33.19 têm a força de declarar que a compaixão e a misericórdia de Deus não estão sujeitas a qualquer causa fora de sua livre graça e vontade.”
Poderíamos de alguma forma julgar Deus injusto por ter escolhido Abrão e Israel e não outro povo? Ou mesmo por ter escolhido Saulo mesmo sendo um perseguidor da fé (Atos 9.15)?
Ler, meditar e comentar: Romanos 9.19-25
Vejamos alguns textos e argumentações para dizer que uma pessoa que foi eleita não perde a salvação. “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.” Atos 13.48
Nesse texto vemos claramente vemos o particípio perfeito passivo plural (destinados = do grego tetagme/noi), onde a forma perfeita passiva mostra que não haveria possibilidade da ação dos gentios na forma ativa. O perfeito é o acabado, o perfectum. Portanto, aqueles que estavam destinados foram salvos, somente eles. Essa destinação seria obra do acaso ou a ação soberana de Deus? Se for a ação soberana de Deus, para os calvinistas é lógico crer que Deus predestina, e os predestinados não perdem a salvação.
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,” 2 Tessalonicenses 2.13 “...Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade,” 2 Timóteo 2.25 “...Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida.” Atos 11.18 Ver também Atos 5.31
Nesses textos os calvinistas observam que Deus é quem produz o arrependimento, portanto, os arrependidos são eleitos e Deus não erra, sendo assim, os eleitos não podem perder a salvação, antes irão santificar-se como fruto de sua eleição. Observe-se que eleição na Bíblia não tem o mesmo sentido secular e temporal, sua conotação é espiritual e eterna.
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Predestinação não significa outra coisa senão “decidir de antemão”. Portanto, entendem os calvinistas que aquele que Deus predestinou de forma nenhuma perderá a salvação.
Como entendem os arminianos
Para o grupo dos irmãos que entendem se possível perder a salvação, cita-se diversos textos. Vejamos:
Procuram provar que a expiação é universal com os seguintes textos: João 3.16; Hb 2.9 (aliá, nesse texto, o original grego não apresenta a palavra “homem” do grego a)/nqrwpoj, terminando simplesmente com a palavra “todo” o que é bastante genérico), 2 Pe 3.9 etc, é muito importante observar o contexto de cada um desses textos e observar qual o significado real dos termos genéricos.
O uso do condicionais – Ap 2.11, 25; 3.11 etc.
Outros textos – Jo 15.6; Cl 1.23; 1 Co 15.2; Hb 2.3; 3.14; 10.38; 1 Jo 1.7; 1 Co 10.12; Hb 13.12, Tg 5.19,20. É bom observar todos os contextos.
Conclusão: A exposição que melhor se enquadra no contexto bíblico.
Roberto Carlos Cruvinel
Pastor
Assembléia de Deus – Ministério Pleroma – Diadema – SP
Escola Teológica Pr. Virgílio dos Santos Rodrigues
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